Escalas Katz e Lawton: A ciência por trás do diagnóstico de dependência

18 de dezembro de 2025

Tomar banho x pagar contas


Você sabia que existe uma diferença crucial entre precisar de ajuda para tomar banho e precisar de ajuda para pagar contas? E que confundir essas duas necessidades pode custar milhares de reais em cuidados desnecessários?

Esta é a diferença que as escalas Katz e Lawton revelam. Não são apenas questionários - são ferramentas científicas que separam o que é coisa da idade do que é sinal de dependência.

 

O problema que as escalas resolvem

 

Imagine tentar medir a temperatura com as mãos. Você pode dizer se está quente ou frio, mas nunca saberá se são 36°C ou 38°C. É exatamente assim que a maioria dos filhos avalia a dependência dos pais: por sensação, não por medição.

 

As consequências dessa abordagem são graves:

 

 - R$ 3.000/mês gastos com cuidadora 24h quando bastavam 4 horas diárias.

 - Autonomia perdida por superproteção desnecessária.

 - Acidentes evitáveis porque sinais sutis foram ignorados.

 - Conflitos familiares sobre quem está exagerando e quem está negando.

 

As escalas Katz e Lawton transformam essa discussão subjetiva em dados objetivos.

 

Escala de Katz: As 6 atividades básicas da vida

 

Desenvolvida em 1963 pelo Dr. Sidney Katz, esta escala mede o que chamamos de sobrevivência independente. São as atividades que, se perdidas, significam dependência total:

 

1. Banhar-se - Capacidade de entrar/sair do chuveiro, lavar-se sozinho.

2. Vestir-se - Escolher roupas adequadas, vestir-se sem ajuda.

3. Usar o banheiro - Ir ao banheiro, limpar-se, vestir-se após.

4. Transferir-se - Mover-se da cama para cadeira e vice-versa.

5. Continência - Controlar bexiga e intestinos.

6. Alimentar-se - Comer sozinho sem supervisão.

 

Por que isso importa: Se seu pai perde independência em 3 ou mais dessas atividades, ele precisa de ajuda constante. Se mantém 5-6, pode viver sozinho com suporte pontual.

 

Escala de Lawton: As 8 atividades instrumentais da vida

 

Criada por M. Powell Lawton em 1969, esta escala mede a vida independente na comunidade. São as habilidades que permitem viver sozinho com qualidade:

 

 1. Usar telefone - Discar, atender, fazer ligações.

 2. Fazer compras - Planejar, ir ao mercado, pagar.

 3. Preparar comida - Planejar refeições, cozinhar com segurança.

 4. Cuidar da casa - Limpeza leve, organização.

 5. Lavar roupa - Operar máquina, dobrar, guardar.

 6. Usar transporte - Dirigir, usar transporte público, chamar táxi.

 7. Tomar medicamentos - Lembrar horários, doses corretas.

 8. Administrar finanças - Pagar contas, controlar orçamento.

 

O insight crucial: Muitos idosos mantêm as atividades básicas (Katz) mas perdem as instrumentais (Lawton). É aqui que a maioria dos filhos erra - oferecendo ajuda demais onde não precisa, e de menos onde é vital.

 

Como funciona na prática: O caso de Dona Marta

 

Dona Marta, 78 anos, mantinha todas as 6 atividades de Katz perfeitamente. Seu filho achava que ela estava ótima. Mas a escala Lawton revelou:

 

 - Nota 0 em usar transporte (não saía mais sozinha).

 - Nota 1 em fazer compras (só comprava o básico com ajuda).

 - Nota 2 em preparar comida (comia alimentos prontos ou frios).

 - Nota 0 em administrar finanças (contas atrasadas).

 

Diagnóstico: Dependência moderada nas atividades instrumentais. Ela não precisava de cuidadora, precisava de:

 - Acompanhante 2x/semana para compras.

 - Serviço de marmitas saudáveis.

 - Automatização de pagamentos.

 - Transporte para atividades sociais.

 

Economia: R$ 2.800/mês que seriam gastos com cuidadora desnecessária.

 

Por que profissionais confiam nessas escalas

 

Há 50 anos, médicos geriatras, enfermeiros e assistentes sociais usam Katz e Lawton porque:

 - São validados cientificamente em milhares de estudos.

 - Oferecem linguagem comum entre família e profissionais.

 - Permitem acompanhamento da evolução ao longo do tempo.

 - São objetivos - eliminam "achismos" e emoções.

 

Não é sobre rotular seus pais. É sobre entender exatamente onde estão para oferecer o apoio certo, na medida certa.

 

Do diagnóstico ao plano: Como aplicamos no seu caso

 

No Teste de Avaliação da SmartSenior, adaptamos essas escalas para o contexto brasileiro, considerando:

 - Nossa cultura familiar (como filhos se envolvem nos cuidados).

 - Recursos disponíveis no sistema público e privado.

 - Realidade econômica das famílias brasileiras.

 

O resultado não é um rótulo de dependência. É um mapa personalizado que mostra:

 - Onde focar sua atenção para prevenir problemas.

 - Que tipo de ajuda contratar (e quanto investir).

 - Como coordenar com outros familiares.

 - Quando buscar ajuda profissional.

 

Pronto para substituir palpites por dados?

 

As escalas Katz e Lawton existem há décadas, mas poucas famílias têm acesso a essa ciência. Até agora.

 

Faça o teste e, em 15 minutos, você terá um diagnóstico científico do nível de dependência dos seus pais.

Não é sobre encontrar problemas - é sobre encontrar soluções precisas.

 

Porque cuidar bem começa medindo bem.


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